"Não se deixem apanhar pelo Diabo" Efésios 4:27
Estive completamente apanhada pelo Diabo. E se Paulo diz para não me deixar apanhar, é porque ser apanhada é possível. Mas como? Deus protege-me! Pois, mas se eu estiver longe de Deus como tenho estado, zangada com Ele, é quase como se desse autorização ao Diabo para agir em mim.
E ele agiu. Nunca me deixei enganar tão facilmente como nos últimos anos.
Deus não se impõe e eu, sinceramente, não O tenho querido nos últimos tempos. Desiludi-me com Ele. Nesses tempos senti-me enganada por Ele. Onde está o Pai de amor quando eu precisei? Onde está o Teu braço quando eu caí no buraco mais fundo que já tinha caído? Do buraco do qual eu não tinha sequer forças para olhar para cima, quanto mais tentar subí-lo por mim própria?
Foi nestes momentos que me senti sozinha, desamparada. Nada nem ninguém poderia apagar a minha dor. Não havia palavras que penetrassem no meu coração, não havia abraço que sarasse... só havia dor e desilusão.
Nesse momento eu não fui como Jó, que se manteve confiante, apesar de tudo. Eu fui como a mulher dele. Apeteceu-me amaldiçoar Deus e morrer! Não tive fé, não tive confiança. Tudo o que achava que tinha construído com o MEU Pai ruiu, caiu, desmoronou-se. Acabou.
A história poderia acabar por aqui. A história de alguém que perdeu a sua fé. Ou, melhor, a história de alguém que descobriu que a sua fé era falsa! Eu cheguei a este ponto, o ponto em que pensei que Deus não existe, tudo o que vivi foi fruto da minha imaginação. E o meu coração partiu-se em mil pedaços.
Mas felizmente, a história não acaba aqui.
Deus resolveu não desistir de mim. Esta frase irritava-me pois parecia-me um cliché religioso. Mas o que é certo é que Ele não desistiu mesmo de mim. Eu decidi esquecê-lo mas Ele não me deixou.
Tal como aquele paralítico cujos amigos o baixaram pelo teto, para ir ter com Jesus, e ele dizia que não valia a pena, assim fui eu.
Deus mostrou-me que eu estava, no reino espiritual, como uma pessoa de pé, imóvel, com os braços, as pernas, todo o corpo amarrado. E ainda com a minha boca e ouvidos tapados com fita cola. Eu fiquei assim porque eu deixei. Deixei que o próprio Diabo me fizesse isso. Fui enganada e bem enganada. O Diabo apanhou-me e se não fosse Deus a querer-me de volta, eu ter-me-ia deixado ficar assim.
Porque eu me apercebi, eu não quis mais estar assim e Deus tem ido tornando as correntes que me prendiam mais laças, mais soltas. Tive de entender que o poder da vida e da morte está na minha língua e resolvi, então, que iria enviar para bem longe, com a minha língua, o poder da morte. E assim aconteceu.
O poder da vida e da morte está na nossa língua. Com ela podemos ser amaldiçoados mas com ela também podemos ser libertos dessa maldição. E eu fui.
Neste momento não estou mais desiludida. Entendi o porquê da minha desilusão. Deus agiu rápido em mim, pois eu sei que se não fosse assim, a minha morte estaria perto. A intenção do Diabo na minha vida é matar, roubar e destruiu. Ele roubou e destruiu. Matar seria o próximo passo. Mas Deus não deixou.
Hoje eu estou livre. De novo... outra vez... quando eu pensaria que não iria passar mais por esta experiência. Toma aí uma paulada no teu orgulho, Paulinha!